Quem pode usar?

Conheça a cetamina, droga que vitimou Djidja Cardoso e destruiu sua família

A cetamina é considerada uma droga dissociativa que causa efeitos alucinógenos, sensações de bem-estar e sedação

Hanna Carvalho
Repórter do EM OFF

Um dos casos mais polêmicos e chocantes do ano foi provocado por uma droga específica chamada cetamina, também conhecida popularmente como quetamina ou ketamina. Tudo começou no último dia 28 de maio, com a morte da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, de 32 anos, em Manaus, no Amazonas.

A causa da morte da influenciadora e modelo foi apontada pelo laudo necroscópico como “depressão cardiorrespiratória”. Essa condição mostra que o coração de Djidja Cardoso perdeu a eficiência no bombeamento de sangue, não satisfazendo mais as necessidades do organismo, gerada pela overdose de cetamina.

O que é cetamina?

A cetamina é um anestésico de uso humano e veterinário, considerada uma droga dissociativa que causa efeitos alucinógenos, sensações de bem-estar e sedação. A partir da década de 1980, se tornou comum o uso da substância como droga recreativa sob o nome de “Key”, “Keyla”, “Keta”, dentre outros.

“A cetamina serve para induzir a anestesia ou para suplementar a administração de outros agentes anestésicos de baixa potência, como o óxido nitroso. É mais indicado para cirurgias da face, ortopédicas, cirurgias plásticas para queimaduras ou enxertos de pele, entre outras. Mas o uso pode fazer o paciente sofrer, por exemplo, movimentos oculares involuntários. Por isso, tem sido pouco usado”, explica o cirurgião plástico Bora Kostic.

Segundo o médico, o uso da droga deve ocorrer apenas sob supervisão de um anestesiologista e mediante a necessidade do paciente, jamais fora do ambiente hospitalar. Além disso, é possível substituí-la por outros anestésicos com menos efeitos colaterais, aponta o especialista.

Prisões após a morte de Djidja

Após a morte da ex-sinhazinha, a polícia deflagrou a Operação Mandrágora que prendeu o irmão e mãe de Djidja e outros três funcionários da rede de salões de beleza da família. Ampolas da droga foram encontradas na casa em que Djidja morava, no bairro Cidade Nova, na Zona Norte de Manaus, e em salões de beleza da família.

De acordo com a Polícia Civil, Djidja, o irmão e a mãe já eram investigados há mais de um mês por envolvimento em um grupo religioso que forçava o uso da droga para alcançar uma falsa plenitude espiritual.

O ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto, e o coach da família Cardoso, Hatus Silveira, foram presos na última sexta-feira (7), em uma nova fase da investigação. Além deles, dois funcionários da clínica veterinária suspeita de fornecer cetamina à família de Djidja foram presos. O dono da clínica se entregou à polícia no último sábado (8) após ter a prisão decretada pela justiça.