ExclusivoLuiza Brunet fala sobre ida de Yasmin para o ‘BBB’

A ativista pela causa da mulher e empresária falou com exclusividade para esta coluna

Fábia Oliveira
Colunista do EM OFF

Um papo descontraído sobre muitos assuntos importantes. Esse foi o clima da conversa exclusiva que essa coluna de apenas seus leitores teve com a ativista pela causa da mulher e empresária, Luiza Brunet. Entre os temas do nosso bate-papo, falamos sobre sua luta para combater a violência contra a mulher, sua convivência com o vitiligo, o processo judicial que ela abriu contra o ex-marido e também a respeito da possibilidade de sua filha, a modelo Yasmin Brunet, ir para o ‘BBB’.

Recentemente, Yasmin deu indícios de que teria interesse em participar do programa. Através de entrevistas e do seu próprio perfil no Instagram, Yasmin Brunet expressou o desejo de encarar o confinamento. A jovem já foi convidada para participar do reality da Record, ‘A Fazenda’, mas não achou a proposta interessante e recusou. Durante uma participação no ‘PodDelas’, no entanto, a modelo e ex-esposa do surfista Gabriel Medina, revelou o sonho de participar do ‘Big Brother Brasil’. “Gente, eu quero muito”, disse na ocasião.

Sobre o possível confinamento da filha, Luiza Brunet afirma que confia nela e que vai apoiar qualquer que seja a sua decisão. “Sempre respeito as escolhas que ela vem fazendo, ao longo da sua trajetória como modelo, atriz e ativista. Ela é uma mulher com uma experiência enorme, uma inteligência acima da média e eu acredito que ela vai fazer uma escolha, se entrar ou não, e eu acho que tenho que respeitá-la e apoiá-la. Não tenho nenhuma restrição às escolhas que a Yasmin vai fazer”, garante.

No último Dia das Mães, Yasmin fez uma postagem ao lado da mãe, confirmando seu apoio. “Mãe ✨ obrigada por sempre me apoiar em qualquer decisão minha, em estar do meu lado nos melhores e piores momentos e por me ensinar a ser uma mulher forte, corajosa e resiliente ❤️ te amo! Feliz dia das mães ❤️ “, escreveu ela.

E quando o papo é ex-BBB, a empresária comentou a representatividade dentro do reality show. Muita gente pode não saber, mas Luiza Brunet tem vitiligo e, para ela, Natália Deodato levou a pauta para dentro da casa mais vigiada do Brasil. “Tenho vitiligo desde quando eu tinha dois anos de idade. O vitiligo é muito discreto. Eu fiz alguns tratamentos ao longo da minha da minha vida, mas já tem bastante tempo que eu decidi entender que o vitiligo é um processo que a gente tem que aceitar, não é um defeito no corpo, não é uma doença contagiosa. É, simplesmente, uma despigmentação da pele. A importância de uma mulher conhecida, que deixa as suas marcas aparentes, como é o caso da Natália no Big Brother, leva sempre uma pauta importante da autoaceitação, de que o vitiligo é um bordado no corpo que, muitas vezes, é bonito, reconhecido, é diferente, é único”, define ela.

Luiza Brunet conta que as marcas trazidas pela vida precisam ser tratadas com mais naturalidade. “A gente tem que usar isso a nosso favor, porque são marcas que a vida nos traz e a gente precisa ter essa amorosidade com o nosso corpo, seja qual o tipo de marca que a gente tenha. Não importa. Acho que o mais importante é que a gente seja uma pessoa bacana de dentro pra fora e o que externa vai ser sempre uma coisa bonita e diferente. Eu amo as minhas marcas, nunca tive nenhum tipo de problema em em deixá-las aparentes ou não, embora eu já proteja mais, porque eu já tenho 60 anos, tomo menos sol, passo filtro solar. Tenho cuidado com as minhas manchinhas, porque elas me pertencem a minha vida inteira, sou muito feliz com elas”, declara.

A entrevista exclusiva para esta coluna foi concedida durante uma viagem de Luiza Brunet para os Estados Unidos, onde está pondo em prática sua luta para combater a violência contra as mulheres. Na ‘Terra do Tio Sam’, ela foi participar de um trabalho para a Hope & Justice Foundation, uma instituição que cuida de mulheres traficadas e resgatadas.

“O meu trabalho nessa fundação é como embaixadora e, assim, poder falar não só pras mulheres brasileiras imigrantes. Infelizmente, o Brasil tem exportado mulheres, através de um aliciamento, levando mulheres com propostas irreais para trabalhar fora do Brasil. E elas acabam chegando aqui, e em vários países, e são trancafiadas, seus passaportes são retirados delas. E elas passam, então, por um processo de trabalho laboral, de escravidão sexual. A gente chama o tráfico humano e o tráfico de pessoas de escravidão moderna. E é uma pauta profunda, que a gente precisa falar porque ela também é violência contra as mulheres, as meninas, as crianças e um percentual também dos homens”, esclarece.

Antes de voltar para o Brasil, entre os dias 27 e 28 deste mês, Luiza Brunet continua seu ativismo na Europa. E, com uma passagem rápida em casa, ela embarca logo depois para o Japão. “Daqui da Flórida, já embarco pra Europa para cumprir também uma agenda de palestras e participação em eventos sobre essa pauta, que é a violência contra as mulheres. Vou falar sobre empreendedorismo feminino; a importância de as mulheres reconhecerem os seus direitos; a importância que elas têm na sociedade, no mercado de trabalho e na economia; o valor que realmente a mulher tem e o respeito que ela precisa entender que ela tem. Fico pouco tempo no Brasil, já retorno pra Europa de novo e depois vou pro Japão, com pautas dessa mesma pirâmide”, pontua.

Luiza Brunet conta que viveu na pele a violência por parte da pessoa com quem tinha um relacionamento. Ela e o ex, o empresário Lírio Parisotto, namoraram entre 2012 a 2015 e tudo terminou com Luiza acusando Parisotto de agredi-la. A empresária, então, abriu um processo contra ele. Segundo ela, a parte criminal já foi resolvida. Agora só falta a vara cível.

“Um dos pilares da minha pauta, né, que são os direitos das mulheres, passa também por essa questão da Justiça. Toda mulher deve procurar Justiça quando se sente violada, seja na esfera que seja. No meu caso, na criminal já foi resolvido e tenho um processo seguindo, como outras mulheres no Brasil. O que eu digo pras mulheres é que elas não desistam, jamais, de procurar a Justiça, ter paciência porque é um processo muitas vezes moroso, demorado”, aconselha ela.

Apesar da lentidão para que os casos sejam julgados, Luiza Brunet confirma que um processo dá uma tranquilidade para quem foi vítima de um companheiro. “A Justiça traz um alívio muito grande para a vítima. Tem que ter paciência e esperar. O mais importante é que a mulher jamais desista e que ela faça a denúncia que seja necessária para o processo que ela busca. É um direito que a mulher tem, constitucional. Então, vamos lutar pra que isso seja respeitado”, convoca.

Por mais que a sentença dos processos pela Lei Maria da Penha seja considerada branda, Luiza Brunet diz que serve de exemplo para alguns homens. “A sentença na criminal, hoje em dia, que cabe dentro da Lei Maria da Penha, normalmente, ele [o homem] tem que pagar cesta básica durante dois anos; provavelmente, quando viaja precisa apresentar o passaporte. Acredito que é uma condenação paliativa e educacional, que também é muito importante para os homens agressores não passarem impunes”.

Sobre os motivos que a levaram ao ativismo, a empresária é categórica. “Espero que a gente possa ter uma vida tranquila, que a gente possa viver numa comunidade passiva, num país justo, igualitário e respeitoso. Aprendi a conhecer essas pautas mais profundamente e estou superfeliz”.

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