ExclusivoMário Frias age contra provas de Marcelo Adnet em processo

Ex-secretário vive batalha contra o humorista após reagir à uma paródia

Fábia Oliveira
Colunista do EM OFF

A briga judicial envolvendo Marcelo Adnet e Mário Frias está longe de chegar ao fim. O ex-secretário de Cultura se tornou réu por injúria e difamação contra o humorista, após o mesmo chamá-lo de “criatura imunda”, “crápula” e “garoto frouxo” em uma postagem que reagia à uma paródia feita por Adnet. Acontece que, depois do imitador juntar novas provas contra o ator nos autos da ação, Frias resolveu impugnar os documentos, ou seja, questionar a conveniência dessas peças no processa.

Calma que nós vamos explicar. Em julho de 2022, Marcelo Adnet juntou uma prova no sentido de alegar que a própria imprensa teria um posicionamento claro sobre a situação ocorrida. Isso porque nenhum veículo teria dito que Mário Frias “respondeu” ou “comentou” a paródia feita pelo humorista. Na prática, todos os canais de comunicação teriam usado o termo “ataque” para qualificar o comportamento do ex-político. Além disso, todos teriam deixado claro o quão preocupante era o fato das palavras terem sido ditas por um Ministro da Cultura.

Posteriormente, em agosto do mesmo ano, outra prova foi acostada aos autos. Essa veio no sentido de trazer à luz o fato de que o juízo da 7ª Vara Criminal de Brasília aprovou o recebimento da denúncia criminal do autor contra Frias, determinando a continuidade da ação penal.

Acontece que no dia 5 de dezembro, Mário Frias resolveu impugnar os dois documentos juntados no processo. Isso porque, segundo o ator, elas teriam sido acostadas após a réplica, em oportunidade que não era devida e adequada. Além disso, as provas se baseiam em matérias que já estavam disponíveis desde a formulação da Petição Inicial. Diante disso, Adnet teria que comprovar que os documentos anexados em julho e agosto não poderiam ter sido juntados anteriormente.

O problema é que isso não foi feito, razão pela qual se entende que o conteúdo dos documentos já poderia ter sido demonstrado.

Entenda o caso

Ao reagir à uma paródia feita por Marcelo Adnet, nas redes sociais, Mário Frias se referiu ao comediante como sendo um “garoto frouxo e sem futuro”, que não passaria de uma “criatura imunda”, um verdadeiro “crápula”. Ele ainda acrescentou que Adnet teria traído sua própria esposa em público por “pura vaidade e falta de caráter”. Além disso, afirmou que o imitador seria um palhaço sem valores, que se vende por qualquer trocado e trocaria coisas valiosas como uma amizade ou um verdadeiro amor por um saco de dinheiro e bajulações. Foi chamado, por fim, de “idiota egoísta e fraco”.

Na paródia em questão, Marcelo Adnet imita o discurso do ex-secretário, em um vídeo oficial da Secretaria Especial de Comunicação do Governo Federal. Segundo o humorista, a imagem foi alvo de diversos outros profissionais do humor e era esperado que Frias lidasse bem com a situação. No entanto, não foi bem o que aconteceu.

Diante da situação, o comediante formulou um pedido de indenização a título de danos morais no montante de R$ 80 mil. Pediu, ainda, que Mário seja condenado a se retratar publicamente, realizando uma postagem com igual destaque à de caráter ofensivo.

Em sede de defesa, os advogados do ex-secretário sustentaram não ter havido dolo específico de ofender. Ou seja, que em momento algum existiu a intenção clara e inequívoca de ofender a imagem e a honra do humorista. Além disso, alegaram que os fatos não constituiriam figuras penais e criminosas.