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Daniel Furlan expõe restrições impostas pela Globo ao ‘Choque de Cultura’

Durante entrevista ao podcast Inteligência LTDA., o humorista falou sobre a trajetória do programa na TV Globo

Gabriel Sorrentino
Colunista do EM OFF

Em setembro de 2018, Choque de Cultura estreou na TV Globo, após duas temporadas lançadas no YouTube. Aliás, o programa também teve vídeos publicados no Omelete. Na TV aberta, a atração era um complemento dos filmes da Temperatura Máxima, exibida nos domingos à tarde. Integrantes do projeto, Daniel Furlan e Raul Chequer deram entrevista ao podcast Inteligência LTDA. e relataram como foi a passagem pela líder de audiência. Além disso, os humoristas também falaram sobre as restrições impostas pela empresa ao programa.

Ao ser questionado por Rogério Vilela, anfitrião do podcast, Daniel Furlan narrou toda trajetória do Choque de Cultura na televisão. “A proposta foi que ‘vocês façam exatamente o que vocês fazem na internet’ na Globo. Com os filmes deles, os filmes gringos que eles exibiam“, introduziu o ator. Em seguida, continuou: “Esse era o grande porém que eu acho que dificultou [o programa] ser tão legal quanto era na internet… Porque os filmes não eram relevantes. Não eram lançamentos. A gente fazia filme que não era lançamento também na internet, mas específicos, [filmes] que a gente achava que seriam muito engraçados. Contudo, normalmente, era [para] pegar o hype dos lançamentos.”

Depois, o ator de Choque de Cultura voltou a falar sobre a emissora: “Na Globo não tinha isso porque eram filmes da Temperatura Máxima. Mas fora isso a liberdade era praticamente total“, revelou Daniel. Raul Chequer complementou: “Tinha uma questão [que era a] classificação indicativa. Era um programa que ia ao ar às quatro horas da tarde num domingo. O primeiro texto era assim: ‘Quando você cheira uma flor, você está cheirando o pênis de uma planta, porque a flor é o pênis da planta’, Chegou lá ‘Galera, não pode falar pênis quatro horas da tarde’. ‘Pode falar genitália?’ “Pode.’ Aí falou genital e ficou mais engraçado“, exemplificou o humorista. “A gente tinha que contornar essas coisas“, concluiu.

Inseguranças do Choque de Cultura

Em seguida, Daniel Furlan também citou os questionamentos que fizeram uns aos outros quando receberam a proposta de levar o programa para a grade de programação da Globo. “Os cara vão querer roubar o nome para eles… Ficar com o nome para eles. Querer ficar com os personagens pra eles… Vão querer colocar outros roteiristas…“, expôs. Depois, Raul Chequer acrescentou: “Mas chegou [lá] e não… ‘Continua sendo de vocês’“. Daniel Furlan, por sua vez, voltou a falar: “A gente não foi até a Globo, a Globo que foi até a gente, eles queriam [o Choque de Cultura] justamente porque estava funcionando daquele jeito“.

Gravação em cenário de novela

Aliás, durante a conversa, Raul Chequer revelou que a primeira temporada do Choque de Cultura na TV Globo foi gravada em um estúdio improvisado dentro de um castelo cenográfico da novela Deus Salve o Rei (2018). “Não tinha estúdio pra gente gravar. E aí a gente gravou e dentro de um castelo cinematográfico que botaram um estúdio dentro. Eu lembro que a gente tinha que, do camarim até esse castelo, andar à noite, com uma lanterninha de celular. E lá dentro os caras meteram duas paredes cinza“, disse o humorista. 

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