RECONHECIMEMNTO

Niède Guidon será agraciada com o título de Doutora Honoris Causa, pela UFPI

Homenagem da UFPI é um reconhecimento pelas décadas de dedicação de Niède Guidon à pesquisa, à preservação e ao desenvolvimento da arqueologia na região

Juarez Oliveira
Repórter do EM OFF

A cientista e arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon será agraciada com o titulo de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Piauí (UPFI), em cerimônia a ser realizada em São Raimundo Nonato, na próxima quarta-feira, 10. Niède Guidon é mundialmente conhecida por seus estudos e pesquisas desenvolvidos no Piauí e que foram responsáveis pela elaboração de uma das teorias sobre o processo de povoamento das Américas, além disso, o trabalho da arqueóloga resultou na criação do Parque Nacional da Serra da Capivara.

O reitor da UFPI, Gildásio Guedes, ressaltou que a concessão do titulo de Doutora Honoris Causa à cientista Niède Guidon é um reconhecimento fundamental pelos trabalhos desenvolvidos por ela ao longo de décadas na região de São Raimundo Nonato, o que trouxe reconhecimento e desenvolvimento para a região. Além disso, o reitor destacou a importância da parceria acadêmica entre a UFPI e o Parque Nacional da Serra da Capivara na ampliação do incentivo à pesquisa arqueológica e na promoção do desenvolvimento para a região.

“O título é uma forma de reconhecimento ao seu excepcional trabalho e dedicação, realizados para promover e divulgar o Parque Nacional Serra da Capivara. A parceria entre a UFPI e o Parque Nacional é de extrema importância, pois ambas as instituições trabalham juntas para promover o desenvolvimento da região e incentivar a pesquisa arqueológica. Os espaços físicos do local são compartilhados e utilizados pelas instituições que atuam no parque, proporcionando aos estudantes de arqueologia um campo de pesquisa único e enriquecedor”, destacou.

Niède Guidon, de 91 anos, tornou as pinturas rupestres localizadas em São Raimundo Nonato mundialmente conhecidas no início dos anos 70, quando saiu de São Paulo e foi até o Piauí sozinha após ouvir relatos das pinturas em rocha que moradores da região já conheciam. A pesquisadora ficou tão impressionada com o que viu, que voltou alguns anos depois, em definitivo, e seus trabalhos na região concretizaram a criação, em 1979, do Parque Nacional da Serra da Capivara, que hoje é considerado pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.    

Seus mais de 50 anos de dedicação à pesquisa arqueológica na região resultaram na descoberta de mais de 800 sítios pré-históricos na área, além de vestígios dos primeiros habitantes humanos da Terra. Os vestígios de presença humana foram descobertos em escavações arqueológicas realizadas principalmente em abrigos rochosos naturais com muitas pinturas rupestres. Atualmente Niède Guidon é presidente emérita da Fundação Museu do Homem Americano (FUMDHAM). Em 2018, a pesquisadora também foi condecorada com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).