RESPOSTA

Jornalista ameaçado com arma por Carla Zambelli vai processar deputada

A deputada federal partiu para cima de Luan Araújo com uma arma em unho após uma discussão

Danilo Reenlsober
Repórter do EM OFF

O jornalista Luan Araújo, que foi perseguido e ameaçado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), decidiu processar a parlamentar. Em outubro, a apoiadora do presidente derrotado Jair Bolsonaro (PL), sacou uma arma no meio da rua no bairro Jardins, em São Paulo, e partiu para cima do homem após uma discussão. Tudo foi gravado e as imagens geraram polêmica nas redes sociais.

De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Araújo enviou petição ao ministro Gilmar Mendes (STF) manifestando intenção de entrar com processo pelos crimes de ameaça, racismo, perigo para a vida ou saúde de outrem e constrangimento ilegal, majorado pelo emprego de arma de fogo. Araújo pede ainda “inarredável dano moral”.

O incidente ocorreu em 29 de outubro, após uma discussão entre o jornalista e a deputada em frente a um restaurante na alameda Lorena. A deputada, em determinado momento da confusão, tropeça acidentalmente e cai no chão. Zambelli, no entanto, alegou ter sido agredida. Em seguida, ela saca um revólver e parte para cima de Araújo, que se esconde dentro de um restaurante para se proteger.

O vídeo logo repercutiu na internet. Amparada por assessores, Zambelli ainda entou no estabelecimento e ordenou que o jornalista deitasse no chão. Ariel de Castro Alves, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais, afirmou, na ocasião, que a deputada poderia responder criminalmente pelo ato. “Ela precisa responder pelos crimes de ameaça e constrangimento ilegal. Além disso, poderia ter sido presa em flagrante”, disse, em entrevista ao portal Brasil de Fato.

Nesta terça-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) tirou o porte de armas de Zambelli e deu 48 horas para ela entregar sua pistola à Polícia Federal. A decisão foi tomada pelo ministro Gilmar Mendes a pedido da vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. Caso não cumpra as ordens, a deputada poderá ser alvo de busca e apreensão da pistola e das munições.

“Impossível cumprir determinação para devolver minha arma em 48 horas. Estou em missão oficial fora do país e só retorno no dia 23 (sexta-feira). Portanto, nem que quisesse eu conseguiria”, disse Carla Zambelli em resposta ao jornal Folha de São Paulo ao ser questionada sobre a decisão. Ela disse ainda que não foi intimada da decisão e que vai “aguardar a intimação para saber que providências jurídicas” tomará.