bastidores

Globo promove mudança drástica em seu jornalismo

A mudança drástica aconteceu após troca no comando do Jornalismo da emissora, que é liderado por Ricardo Villela

Fernanda Barreiros
Repórter do EM OFF

Com a chegada de Ricardo Villela, como novo diretor de Jornalismo da emissora, a Globo promove sua primeira grande mudança drástica após troca do comando de comunicação. Agora, os telejornais da televisão aberta e da GloboNews estão liberados a citarem nomes de facções criminosas em reportagens. Ou seja, tanto no Jornal Nacional, que é apresentado por William Bonner e Renata Vasconcellos, quanto nos demais telejornais da emissora carioca, poderão nomear os grupos criminosos ao vivo. 

A informação foi divulgada pela F5, da Folha de S. Paulo, que ainda revela que a mudança foi ordenada em janeiro, mas só começou a ser implementada efetivamente na última quarta-feira (14). Na ocasião, em uma reportagem, a emissora precisou noticiar a fuga de dois homens que escaparam do presídio de segurança máxima de Mossoró (RN). A matéria foi citada no JN e no canal de notícias da Globo, que ambos os homens faz parte do Comando Vermelho (CV), facção criminosa criada no Rio de Janeiro, nos anos de 1980.

Globo muda regras

A regra, que até poucos meses atrás era não citar os nomes de facções criminosas nos telejornais, mudou desde a chegada do novo diretor de jornalismo da emissora carioca. Desde janeiro deste ano, a mudança foi colocada em pauta pelo novo diretor responsável pelo Jornalismo da Globo, Ricardo Villela. Até dezembro, quando o diretor de jornalismo era Ali Kamel, a regra era de não mencionar os nomes das facções em rede nacional. .

Kamel, um dos defensores de esconder os nomes, lembrava sempre do caso o jornalista Guilherme Portanova, repórter que foi capturado pelo PCC, em meio a ataques que aconteciam em São Paulo. Na ocasião, em 2016, ele só foi liberado após a emissora Globo aceitar exibir um vídeo com queixas de criminosos sobre o sistema prisional. Contudo, o novo diretor parte do princípio de que não é possível explicar uma guerra entre facções sem mencioná-las.