TENSÃO

Jornalistas da GloboNews se desentendem e causam climão ao vivo

Durante o programa "Em Pauta", Gerson Camarotti e Demétrio Magnolli não chegaram a um consenso e acabaram deixando a situação tensa

Bruno Pinto
Repórter do EM OFF

Demétrio Magnolli e Gerson Camarotti protagonizaram um verdadeiro bate-boca ao vivo durante o programa “Em Pauta” desta segunda-feira (31). Ao comentarem os próximos passas de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, o que inclui a composição dos ministérios, o jornalistas discordaram a respeito do assunto e acabaram se desentendendo durante a transmissão da atração exibida pela GloboNews.

A discussão entre os comentaristas do canal de notícias ficou tão tensa, que o âncora Marcelo Cosme precisou agir rapidamente para impedir que a situação ficasse ainda pior. Tudo começou quando Demétrio deu a sua opinião a respeito dos futuros integrantes dos ministérios de seu governo: “A obrigação de Lula é governar com sua coligação original… Se essas pessoas vão entrar no governo, isso deixa o Brasil numa situação onde existe um governo de todo mundo e um oposição puramente bolsonarista. Não é muito democrático isso”.

Ao escutar as palavras do colega de programa, Camarotti o retrucou: “Você tá se referindo a quem exatamente?”. Sem pensar duas vezes, Demétrio disse: “Simone Tebet, Ciro Gomes e também as forças políticas que costumam se alinhar a Fernando Herique e economistas do Plano Real. Não me parece que o que essas pessoas pensam não esteja contemplado no plano de governo, nas propostas e plataformas de Lula… Se essas pessoas entram no governo, teremos um pacto que não resulta de um acordo programa, resultando em uma oposição puramente bolsonarista”.

Na sequência, Gerson tentou explicar que o processo em questão se tornou algo completamente natural na política brasileira e citou o atual governo: “Isso faz parte da tradição brasileira. Exemplo disso é o governo de Bolsonaro ligado diretamente ao centrão, que chegou a ser oposição ao atual presidente nas eleições de 2018. A tradição presidencialista do Brasil é de composições, é de alianças, até para se conseguir governar, ou seja, para criar governabilidade. Então, essa composição é absolutamente natural e necessária”.

Fazendo sinal de negação, Demétrio voltou a discordar do colega: “Não é natural, embora seja da tradição brasileira. Também é tradição brasileira, o petrolão, o mensalão, o orçamento secreto… O que eu estava dizendo dessa vez é que as pessoas e os partidos que apoiaram Lula no segundo turno rompessem essa tradição brasileira de fazer um governo baseado em acordos programáticos. Se eles romperem essa tradição, o governo pode ter maioria no Congresso, mas não será uma maioria automática, mas sim negociada politicamente em votações… E nós podemos ter uma clareza política de quem não concorda com o governo e está na oposição”.

A ser questionado por Marcelo Cosme, Camarotti disse que precisava dizer o que pensava a respeito da fala de Demétrio: “Lógico que eu quero falar! Pera aí. Então ele fala depois eu falo”. No meio daquela situação, o âncora do “Em Pauta” disparou: “Olha só, cada um de cada vez. Vocês precisam ser breves, porque a Natuza [Nery] está nos esperando”. Após o “puxão de orelha”, Gerson falou e deixou clara a sua discordância.

“Não existe um programa de governo. Não foi lançado. A Simone não foi cooptada, se o Lula convidar e ela decidir aceitar. É natural, porque ela foi apoiadora do Lula no segundo turno. Isso foi durante a campanha, não cooptação depois. Eu vejo essa situação completamente diferente do que você está enxergando”, concluiu Camarotti.

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