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Zezé Motta recorda carreira e revela ataques racistas: ‘Momento triste’

Durante o programa "Encontro" desta quinta-feira (17), a atriz abriu o coração ao contar detalhes de situações descritas como "desagradáveis"

Bruno Pinto
Repórter do EM OFF

Zezé Motta foi a convidada especial do “Encontro” transmitido na manhã desta quinta-feira (17). Além de fazer comentários a respeito de alguns assuntos abordados durante o programa matinal da Rede Globo, a atriz abriu o coração e, ao ser questionada por Patrícia Poeta, revelou detalhes de um dos momentos mais difíceis de sua carreira, quando foi atacada por parte do público que acompanhou a novela “Corpo a Corpo”, exibida em 1985.

O assunto foi iniciado pela apresentadora da atração, que falou sobre uma personagem marcada pelo racismo: “A gente escolheu nove personagens marcantes da Zezé. Vamos ver agora se você lembra de cada um deles e qual deles te marcou mais… Em 1985, você fez a Sonia, de ‘Corpo a Corpo’, um papel, sem dúvidas, muito marcante. Na época você contracenava com o Marcos Paulo, formavam um casal, e o preconceito acabou tomando conta, com parte do público sendo racista”.

Diante do comentário da jornalista, Zezé revelou como tudo aconteceu e contou que seu principal parceiro de cena também foi duramente atacado: “Realmente é verdade. Na época, foi uma loucura, uma surpresa muito desagradável para todos nós, para o autor da trama, para mim, para o Marquinhos… Gente, o Marcos Paulo chegava em casa e tinham diversos recados em sua secretária eletrônica. Eram recados desaforados, revoltados e bastante agressivos”.

Na sequência, a atriz surpreendeu ao relembrar de uma frase dita por um telespectador, algo que a magoou muito: “As pessoas diziam para o Marcos que não acreditavam no casal da novela, que não acreditavam que ele teve a coragem de beijar ‘aquela mulher horrorosa’. Teve um homem que foi horrível, que por sinal me deixou chocada, e falou que se a Globo bem assim: ‘Se a Globo me obrigasse a beijar essa negra feia, eu lavaria a boca com água sanitária assim que chegasse em casa”.

Por fim, Zezé Motta falou sobre e recuperação do momento complicado com uma personagem considerada um marco para atores negros: “Teve uma época em que os atores negros não tinham família, ou seja, eles não tinham pai, mãe, filhos, vivendo sempre em cima de outros personagens, sempre fazendo papel de serviçal de uma família branca. De repente, na novela ‘A Próxima Vítima’, eu vivi uma dona de casa que trabalhava fora, que tinha marido e filhos… Pra mim, foi algo incrível mesmo, a realização de um sonho e, além de tudo, vencedora de uma luta, que era por um espaço maior para um ator negro na mídia”.

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